Quem já leu algum livro da
Nora Roberts sabe, eles são viciantes. Esse trás duas histórias distintas, mas interligadas. Na primeira, conhecemos
Lindsay Dunne, uma bailarina clássica com a carreira deslanchando quando um acidente com seus pais muda o rumo de sua vida. Seu pai faleceu e sua mãe ficou com sequelas e necessitando de cuidados, o que fez com que
Lindsay largasse a promissora carreira em
Nova York e voltasse para casa para cuidar dela. Três anos após o acidente
Lindsay está bem, abriu uma escola de balé onde dá aulas e sua mãe está com a saúde melhor, ainda que não completamente curada. Ela aproveitava a calma de sua vida até conhecer o sedutor
Seth Bannion, de uma forma incomum, depois de ele quase a atropelar e ainda ser acusada por ele de ter se jogado na frente do carro. E ele ainda foi capaz de chamá-la de desajeitada – ofensa máxima para uma bailarina. Ela acredita que nunca mais irá encontrá-lo, mas claro que não é o que acontece. Mas
Lindsay também não esperava que ele fosse o tio e o responsável por aquela que viria a ser a mais promissora de suas alunas, e que ainda teria que brigar muito com ele por causa da carreira da menina, e também para controlar seus próprios sentimentos.
A segunda história tem como protagonista
Ruth Bannion, sobrinha de
Seth e se passa 5 anos depois da primeira.
Ruth está consolidando sua carreira no balé, buscando ser a principal bailarina da companhia. Sua vida nos últimos anos está totalmente voltada para o balé, não lhe sobrando muito tempo para vida social ou relacionamentos que não superficiais – assim como a vida do seu parceiro de dança, o russo
Nikolai Davidov.
Nick é praticamente uma lenda viva do balé, e
Ruth o idolatrava quando menina. Agora adulta e como sua parceira, ela sofre com o perfeccionismo dele, suas altas exigências e seu jeito autoritário, temperamental e arrogante. Além, é claro, da forte atração que começa a sentir por ele, mas sem qualquer esperança já que
Nick sempre foi muito volúvel em seus relacionamentos.
Nick, por sua vez, tenta bravamente controlar a atração que sente por
Ruth, afinal, além de ela ser bem mais nova que ele e sua parceira de dança, ele tem que conciliar a função de diretor artístico da companhia de balé com a de coreógrafo e bailarino, e não tem tempo para complicações na vida, e um envolvimento com
Ruth certamente lhe traria complicações.
Graças ao
Goodreads eu descobri que os protagonistas da segunda história,
Ruth e Davidov, fazem uma aparição em outro livro da Nora, o
A Dança da Sedução, que faz parte da série da
família Stanislavisk, que eu adoro e inclusive já
resenhei aqui no blog. Li o
A Dança da Sedução antes, mas nem me lembrava do nome do diretor da companhia de balé naquela história – coisa que o ego do
Davidov não vai me perdoar nunca!
Para quem procura por uma leitura leve, sem muitas atribulações, esse livro é uma boa escolha. São duas histórias distintas mas por trazerem os mesmos personagens sentimos quase como se fosse uma história só – apesar de eu ter gostado mais do desenvolvimento da segunda.
Esse livro foi lançado no Brasil em 2008, nos EUA em 2001, mas na verdade é uma republicação de duas histórias publicadas originalmente em 1983. Por isso, apesar de se tratar de um romance contemporâneo, é um contemporâneo do início dos anos 80, e podemos perceber isso não só pela falta de celulares mas pela postura dos personagens, e é bom ter isso em mente durante a leitura antes de ficarmos com raiva da protagonista por algumas de suas atitudes. Não é dos melhores livros da Nora, que aqui ainda estava no início de sua carreira, mas é uma leitura gostosa e despretensiosa. Um daqueles livros que já sabemos como vai terminar, mas mesmo assim é bom descobrirmos o que acontece até lá. E olha, depois que eu terminei de ler a
trilogia Jogos Vorazes, eu estava precisando de uma leitura calma e previsível, rs. Não sei vocês, mas tem horas que tudo o que eu quero é um romancinho água com açúcar para me distrair, e esse cumpre bem esse papel!, rs.