“Imagine this:
You’re in your favorite bookstore, scanning the shelves. You get to the section where a favorite author’s books reside, and there, nestled in comfortably between the incredibly familiar spines, sits a red notebook.
What do you do?
The choice, I think, is obvious:
You take down the red notebook and open it.
And then you do whatever it tells you to do.
Imagine isso:
Você está em sua livraria favorita, explorando as prateleiras. Você chega à seção onde residem os livros de um autor preferido, e lá, confortavelmente acomodado entre lombadas incrivelmente familiares, está um caderno vermelho.
O que você faz?
A escolha, eu acho, é obvia:
Você pega o caderno e o abre.
E então você faz qualquer coisa que ele te mande fazer.”
*Tradução livre
Dash não gosta do natal. Toda essa coisa de espírito natalino não é pra ele. Tanto que, chegada a época das Festas de fim de ano, ele planeja cuidadosamente para ficar sozinho em casa, numa de “órfão por opção”. Fala para a mãe que passará o natal com seu pai, e para o pai que o passará com sua mãe – o que ele consegue facilmente e sem levantar suspeitas, considerando que seus pais não se falam há anos. Com pais viajando e muito tempo livre, Dash passa boa parte desse tempo em seu lugar preferido em Nova York: a livraria Strand. A gigantesca livraria Strand. Em uma das prateleiras, enquanto procura alguma novidade de um de seus autores preferidos, ele encontra um caderno vermelho, um Moleskine vermelho, que o deixa intrigado. Dentro dele encontra uma letra de garota e uma série de desafios em uma espécie de “caça ao tesouro” que o leva a diferentes livros que o ajudam a formar uma frase, frase essa que o incita a praticar uma ação. Como o próprio Dash inicia o livro contando, se você acha um caderno vermelho nessas condições, você simplesmente faz tudo o que ele manda.
Lily ama o natal! As luzes, os biscoitos, as pilhas de presentes, o espírito de solidariedade natalino, tudo. Tanto que, neste natal, organizou seu próprio grupo de “Caroling” (pessoas que se reúnem e vão de casa em casa cantando canções de natal). Lily também está sem seus pais durante as Festas, mas porque os dela viajaram para Fiji em comemoração aos 25 anos de casamento. E ela não ficou sozinha e sim com seu irmão mais velho e o namorado dele, além de seu avô super protetor. Langston, o irmão, decide que Lily precisa de algo com que se ocupar, então pega um dos cadernos vermelhos dela e nele escreve uma série de pistas e desafios que a ajudariam a encontrar a companhia certa para ela. O caderno é deixado então no lugar preferido dela: a livraria Strand, a espera que alguém responda ao desafio contido nele. E alguém o faz.
Entre idas e vindas do caderno, filmes de natal, biscoitos, lojas absurdamente lotadas, casas iluminadas, museus de cera, amigos intrometidos, ex-namoradas e familiares excêntricos, Dash e Lily trocam desafios e confidências, se abrem, desabafam, divagam, tudo através das páginas do caderno, e têm um período natalino bem diferente do que imaginaram.
Esse livro, escrito a quatro mãos pela Rachel Cohn e David Levithan, é narrado em primeira pessoa, em capítulos intercalados, pelos personagens do título, cabendo ao David narrar os capítulos do Dash e à Rachel os da Lily. Gosto muito da forma como os autores escrevem, e achei mais interessante ainda saber que um escreve um capítulo, manda por e-mail para o outro que continua do ponto que o primeiro parou, sem que eles tivessem combinado antes qual seria o rumo da história. Em conjunto, utilizando essa mesma fórmula, os autores já lançaram os livros Nick & Norah – Noite de Amor e Música e Naomi and Ely's No Kiss List. Infelizmente, apenas o Nick & Norah já foi lançado no Brasil.
Gostei do Dash & Lily, mas confesso que esperava mais da história, pelo tanto que gostei do Nick & Norah (ah, as expectativas altas...). Meu problema, na verdade, foi só com a Lily, porque das partes do Dash, que é um lindo, não tenho nada a reclamar. Por várias vezes achei a Lily muito bobinha pra não dizer chata, muito cheia de mimimi pro meu gosto, enquanto super me identifiquei com o Dash, inclusive nessa coisa de não gostar do natal – *Grinch Feelings* o/ – além, é claro, do tanto que ele gosta de livros e de o lugar preferido dele ser uma livraria (característica que ele divide com a Lily, então vamos dar um crédito a ela). Em resumo peguei uma certa implicância com a Lily enquanto gostei demais do Dash, o que me leva a pensar que já passou da hora de eu ler os livros “solo” do David Levithan.
Dos outros livros em conjunto dos autores já li o Nick & Nora (resenha aqui), que se passa em uma única noite, enquanto esse se passa em vários dias. Gostei infinitamente mais do outro, talvez por ter gostado mais dos personagens, talvez porque tenha gostado mais do final dado ao outro. Mas, bem, ignorando o fato de que eu esperava mais do final, e a chatice da Lily, o livro é bem bonitinho. E a capa? Linda!! Apesar das minhas reclamações, o livro tem muitas coisas boas, é uma história realmente bonitinha, e há momentos impagáveis como Lily passeando com um cachorro que é do tamanho de um pônei e, óbvio, sendo carregada por ele, e Dash entrando numa guerra de neve com algumas crianças e depois sendo perseguido pela mãe delas como se fosse um maníaco que ataca criancinhas... com direito a postagem em blogs e tudo.
Outro ponto alto é a Livraria Strand, que tem um papel importante em toda a história, e que realmente existe e é frequentada pelos autores. Eu fiquei alucinada para conhecer o local preferido dos protagonistas, que diz na fachada serem “18 milhas de livros”, o que seria cerca de 28, quase 29km. De livros! É pra deixar qualquer bookaholic desesperado e desejando ir para Nova York imediatamente. Para vocês ficarem como eu, vou deixar um vídeo do lugar. Vamos todos pra lá?
***
3 comentários:
Eu tenho este livro faz um tempinho, ainda não li... Na verdade ainda não li nada dos dois autores - juntos ou não -, e talvez se eu ler sem expectativa, qm sabe... Mas pelo jeito vale a pena só pelo persongem Dash.rs.
Amei sua resenha, e fiquei super curiosa para conhecer a Livraria Strand!!! Qm sabe um dia, neh?! rs
=0)
Tenho quero ler "Nick e Norah" depois destes elogios!
Bjo.
www.livrosfilmesemusicas.com.br
Ei Cacá!
Eu acho 'diferente' este processo de escrever em dupla. Não sei se daria certo para mim não.
Então, vamos a história. Eu gostei muito da premissa que você apresentou, mas fiquei desanimada quando disse que o final poderia ter sido melhor. Os finais dos romances têm que ser uma das melhores partes dos livros, na minha opinião.
Como o livro ainda não saiu por aqui, eu não preciso nem pensar nele. Quem sabe eu não leio Nick e Norah, hein?!
Bjins
Dani,
SIM! O livro vale a leitura pelo Dash!
Talvez meu problema tenha sido mesmo a expectativa, quem sabe você lê e gosta muito mais do que eu?
Agora, o Nick e Norah eu garanto! ;D
Beijos
Lu,
Eu gostei do processo dos autores. Conseguimos distinguir os dois, mas a leitura consegue uma unidade bacana.
Pois é, o final... meu problema com ele foi que não me contou tudo o que eu queria saber, adoraria que tivesse um epílogo, por exemplo.
E eu super recomendo o Nick e Norah pra você conhecer a narrativa dos autores, e como eles "funcionam juntos" =D
Beijos
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