Meus Discos e Livros e Tudo o Mais!: agosto 2011

30 de agosto de 2011

Primeiras Linhas #5

Essa é uma coluna em que eu trago as primeiras linhas, as primeiras frases de um livro qualquer.
Escolhi dessa vez um livro de um dos meus gêneros preferidos, o chick-lit, e na verdade foi um dos primeiros desse gênero que eu li, quando ainda estava descobrindo-o. O divertido 'Procurava um marido encontrei um cachorro' da Karen Templeton.



“De início, quero apenas registrar que não me apaixonei por Greg Munson por ele ser bem-sucedido ou bonito (se bem que não me importava nem um pouco com os olhares invejosos do tipo “Como ela conseguiu ele?” sempre que saíamos) e nem para irritar minha mãe. E, juro, o fato de ele ser o filho de um congressista republicano foi mero acaso.
Não. Eu me apaixonei porque ele me deu todas as indicações de ser uma pessoa normal. E, como as chances de se encontrar uma criatura assim nesta cidade são de aproximadamente uma em um quatrilhão, quando ele me pediu em casamento eu me joguei em cima dele. Talvez não me orgulhe disso, mas, convenhamos, estamos falando da sobrevivência da espécie.
E não tenho dúvidas de que poderíamos ter uma vida muito legal juntos, se ele tivesse tido a decência de aparecer no casamento.
Agora, convenhamos, só se passaram duas horas desde que enfiei 22 metros de tule dentro de um táxi e saí do hotel com o meu ego arrasado de volta para o meu apartamento; portanto, não é como se eu tivesse tido muito tempo para entender o que aconteceu. Não que eu tenha tal pretensão.”


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22 de agosto de 2011

'Vingança Mortal - J.D. Robb'







Vingança Mortal
(Vengeance in Death)
J.D. Robb







A incansável tenente Eve Dallas, detetive da Homicídios, tem mais um caso para solucionar, mais um assassino à solta a capturar. Dessa vez, o culpado a procura diretamente e dá pistas de seus próximos passos, desafiando-a a ser mais rápida que ele e impedir seus avanços. Enquanto Eve não consegue localizar o sádico e cruel assassino, pessoas são mortas, todas conterrâneas de seu amado Roarke e que de alguma forma, fazem parte do passado dele, que é um mistério até para a própria Eve.

Já comentei bastante sobre a Série Mortal num post mais detalhado (clique aqui), mas para quem não conhece trata-se de um romance policial futurista em que temos como protagonista a detetive Eve Dallas, responsável por investigações de homicídios dos mais bizarros, contando para isso com toda a tecnologia disponível no ano de 2058. A parte do romance fica a cargo do relacionamento de Eve com Roarke, um mocinho literário dos mais idolatrados, que de bonzinho não tem nada. Ele é um irlandês multimilionário e sua fortuna não foi criada da forma mais honesta. Driblar a lei, para ele, chegava a ser uma espécie de hobby, até se apaixonar pela durona tenente, por quem ele tenta permanecer na linha. Ele tenta.

A série é gigantesca, com mais de 30 livros lançados, 16 deles no Brasil, mas em nenhum momento é cansativa. Considerando o tanto de livros que ainda me faltam ainda estou muito no começo, mas arrisco dizer que é uma das minhas séries literárias preferidas. Cada livro conta a investigação de um caso e tem começo meio e fim, além de avançar pouco a pouco a história de Eve, Roarke e companhia. Ah, sim, a série é escrita pela J.D. Robb, que nada mais é que um pseudônimo da Nora Roberts.

Em Vingança Mortal, o sexto livro da série, acompanhamos o caso de um assassino sádico, cruel, fanático e que acredita ser um enviado de Deus para fazer justiça, uma espécie de Anjo Vingador, vingando um fato passado. Esse fato passado envolve Roarke e desde o começo já descobrimos qual é, sabemos assim o que motivou o assassino, apesar de ainda não sabermos sua identidade. As cenas das mortes são de embrulhar o estômago e de deixar chocados com a frieza e maldade desse assassino.

Como já mencionei, a cada um dos livros, além dos casos que a Tenente Dallas investiga, descobrimos um fragmento do passado obscuro da nossa protagonista e vamos descobrindo os fatos que a moldaram, que a tornaram a pessoa que ela é. Nesse livro, porém, o passado que vem à tona é o do Roarke, que é tão sombrio quanto o da Eve.

Bom, o Roarke é o sonho de consumo de todas as leitoras da Série Mortal. Sem exceção. Até hoje não encontrei ninguém que tenha lido os livros e não nutrisse ao menos uma quedinha literária por ele. *suspira* Fora isso, eu sempre me divirto com o quanto ele é absurdamente rico. Já comentei aqui, em todos os livros, se um prédio é mencionado, um hotel, um clube, um resort interplanetário, o proprietário é o Roarke. Gostei muito de saber um pouco mais sobre o passado dele, sobre sua origem, seus traumas.

Além dos personagens principais que eu adoro outro ponto que é fundamental para os livros dessa série serem irresistíveis são os personagens secundários. Summerset, o mordomo ranzinza de Roarke, Peabody, a assistente de Eve (uma das minhas favoritas), Dra. Mira, a psiquiatra forense, a repórter Nadine, Feenye e Mavis (que infelizmente aparecem pouco nesse livro). Ainda temos a adição de mais um personagem secundário muito interessante, Ian McNab, que chega para ajudar Eve com a parte eletrônica de seu caso e com seu jeito debochado e atrevido, além de seu rabo de cavalo loiro, seus brincos e roupas pouco apropriadas para um policial e seu indisfarçável interesse na Peabody, já me ganhou.

O livro tem muitos quotes interessantes, e eu vou deixar um dos mais engraçadinhos:



" – Não, na verdade preferia que esta conversa nem mesmo estivesse acontecendo. E não venha dar uma de gostosão pra cima de mim não, Roarke, não comece!...
Ele abriu a caixa laqueada sobre a sua mesa, escolheu, com todo o cuidado, um cigarro e disse, brincando:
– Mas eu sou gostosão, tenente."




Ninguém aqui discorda de você, Roarke, seu lindo!, rss



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17 de agosto de 2011

'Academia de Vampiros 2: Aura Negra - Richelle Mead'






Academia de Vampiros 2: Aura Negra
(Vampire Academy 2: Frostbite)
Richelle Mead









A propósito meu nome é Rose Hathaway. Eu tenho dezessete anos, estou treinando para proteger e matar vampiros, sou apaixonada por um cara totalmente inadequado, e a minha melhor amiga possui estranhos poderes mágicos que podem levá-la à loucura. Mas, espere aí, ninguém disse que a vida é fácil para uma aluna do ensino médio.”




A Academia São Vladimir é habitada por estudantes Moroi (vampiros pacíficos que se alimentam de sangue mas não matam para isso) e Dampiros (meio vampiros, meio humanos que são treinados para ser guardiões dos Moroi). Rose, sendo uma Dampira, está treinando para se tornar uma guardiã. Fora sua obrigação, ela ainda possui um forte laço psíquico com sua melhor amiga, a Moroi Lissa, sente tudo o que Lissa sente e por vezes até "entra" em sua cabeça e fica em sua pele.

Lissa é especial entre os Moroi, e não só por ser de uma família da realeza, a última de sua família, mas pela forma como sua magia se desenvolve. Diferente da maioria dos Moroi, ela não se especializou em um dos elementos: água, ar, terra, fogo, mas em um há muito tempo esquecido. Todavia, a intensidade de seu poder suga tanto dela que a deixa depressiva, vulnerável, enfraquece sua mente, e por isso ela começou a tomar alguns medicamentos que a impedem de usar sua magia. Mas a magia sendo parte dela, é algo que ela não pode ignorar para sempre.

Aura Negra é o segundo livro da série Academia de Vampiros. A história já começa com um grande ataque de Strigoi (vampiros que se corromperam, cruéis, imortais e assassinos) que causou a morte de vários Moroi de uma das famílias da realeza e de seus guardiões. O ataque assustou a todos, que perceberam que não estavam tão seguros como imaginavam, principalmente porque os Strigoi contavam com aliados até então inesperados, o que mudava tudo. Toda a sociedade se reúne para tentar achar uma solução, e entre as opções surge até a de os próprios Moroi lutarem, utilizando sua magia de forma ofensiva.

Nesse livro conhecemos uma respeitada guardiã: Janine Hathaway, a mãe de Rose. A ausente mãe de Rose, que é mais parecida com ela do que nossa protagonista gostaria de admitir. Outros novos personagens são apresentados, como Adrian, um Moroi membro de uma das famílias reais, um pouco mais velho que os estudantes da Academia, meio metido e com muitas coisas em comum com Lissa; e Tasha, a tia de Christian, que o protegeu de seus pais Strigoi. É tão descriminada como seu sobrinho e se torna irritantemente íntima do Dimitri. Por falar no Dimitri *_*, tem como não se encantar com ele?

Os sentimentos de Rose por Dimitri estão cada vez maiores, apesar de eles nunca poderem ficar juntos, de ser errado, e só piora o fato de que ela deve estar sempre ao lado dele, afinal, ele é o responsável por ajudar em seu treinamento. E não pensem que é fácil para ele, que também precisa se controlar estando perto dela.

Continuo gostando muito do Christian, e passei a me divertir com a implicância da Rose com ele. Ele e Lissa continuam apaixonados e Lissa continua um tanto egoísta em sua relação com Rose, que sempre coloca as vontades da protegida em primeiro lugar.

Rose mostra que está começando a amadurecer, o que não quer dizer que ela deixou de ser impulsiva e fazer besteira, e depois de tudo o que ela passou nesse livro, acredito que ela começará a ser ainda mais responsável. Ela com certeza deu um importante passo em sua carreira como guardiã, apesar do preço que pagou. Um inesperado preço, que me fez sofrer muito com ela. =’(

Muita coisa ainda precisa ser explicada, muita coisa promete, e eu não consigo esperar mais para continuar a série. Com licença, mas lá vou eu, rumo ao livro 3! ;D


– Academia de Vampiros 1: O Beijo das Sombras (Vampire Academy)
– Academia de Vampiros 2: Aura Negra (Frostbite)
– Academia de Vampiros 3: Tocada pelas Sombras (Shadow Kiss)
– Academia de Vampiros 4: Promessa de Sangue (Blood Promise)
– Vampire Academy 5: Spirit Bound
(ainda não lançado no Brasil)
– Vampire Academy 6: Last Sacrifice (ainda não lançado no Brasil)




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15 de agosto de 2011

Primeiras Linhas #4

Essa é uma coluna em que eu trago as primeiras linhas, as primeiras frases de um livro qualquer.
O escolhido da vez é o "O Último Olimpiano" (resenha aqui), primeiro porque eu adoro o Percy e estou com saudade dele, e depois porque em breve voltarei ao Acampamento Meio-Sangue, já que O Herói Perdido está na minha estante e me seduz diariamente para lê-lo logo, rs




"O fim do mundo começou quando um pégaso pousou no capô de meu carro.
Até então, minha tarde estava ótima. Tecnicamente, eu não devia estar dirigindo, pois ainda faltava uma semana para completar dezesseis anos, mas minha mãe e meu padrasto, Paul, levaram a mim e a minha amiga Rachel para um trecho de estrada em uma praia particular em South Shore, e Paul nos emprestou seu Prius para uma voltinha.
Ora, eu sei que você está pensando: Puxa, isso é uma grande irresponsabilidade dele, blá-blá-blá, mas Paul me conhece muito bem. Ele já me vira fatiar demônios e saltar de janelas de escolas em chamas, então provavelmente concluiu que guiar um carro algumas centenas de metros não era exatamente a coisa mais perigosa que eu já havia feito."




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12 de agosto de 2011

'Menina de Vinte - Sophie Kinsella'







Menina de Vinte
(Twenties Girl)
Sophie Kinsella








A vida de Lara Lington estava de pernas para o ar. Seu namorado, Josh – ops, quer dizer, aquele que não pode ser nomeado – terminou com ela e ela não sabe sequer o porquê – tudo estava indo tão bem, eles estavam tão apaixonados, eram tão perfeitos um para o outro; ela largou seu trabalho e usou todas suas economias para abrir uma empresa com sua melhor amiga Natalie, que de uma hora para outra decidiu fugir com um cara e deixou tudo nas mãos dela, e Lara ainda tem que lidar com sua mãe paranóica, seu pai extremamente preocupado e sua irmã mais velha Tonya, que parece se divertir ao vê-la sofrer. Já que estamos falando da família de Lara, ainda temos seu tio Bill, irmão de seu pai, que construiu um império a partir de duas moedinhas, tão bem sucedido que agora promove seminários, vende livros e até um filme está sendo feito sobre ele. Uma verdadeira celebridade, que ofusca todo o resto da família. Tem ainda a mulher dele Trudy e filha Diamanté, as que mais aproveitam de sua fortuna. Além de tudo pelo que está passando, Lara ainda é obrigada a ir ao velório de sua tia-avó, quem ela nunca conheceu, e a única coisa que sabe dela é que é a tia de seu pai e morreu com 105 anos. Mas ela não é a única a não saber nada de sua tia-avó, seus familiares foram ao velório mas nenhum deles realmente conheceu Sadie Lancaster.

Durante o velório, a mais bizarra das coisas acontece. Lara começa a ouvir a voz de uma garota perguntando por seu colar. O mais estranho é que ela é a única a ouvir. Não, o mais estranho é que de repente ela vê de quem é a voz e acredita que está tendo uma alucinação. Ainda mais quando a tal garota diz se chamar Sadie Lancaster, sua tia-avó, aquela que está no caixão bem em frente. Pior, quando aquele ser translucido descobre que está no próprio velório, surta.


Não responda à alucinação, digo a mim mesma firmemente.”

Sadie atormenta Lara num grau que ela acaba convencendo todos a adiar o enterro e concorda em ajudá-la a encontrar o tal colar que Sadie possuía, que simplesmente sumiu, o qual ela não pode descansar em paz sem. Além da busca em si, Lara ainda tem que aguentar um fantasma de uma garota de vinte e poucos anos irritante, petulante, que só quer saber de se divertir - paquerar e dançar - e empurra Lara para as situações mais inusitadas. Entre outras coisas, Lara tem até que convidar um cara que nunca viu na vida para sair só porque Sadie gostou dele. O encontro seria para a própria Sadie, mas como ninguém além de Lara consegue vê-la (alô, Sadie é um fantasma de uma senhorinha de 105 anos se passando por uma garota de vinte e poucos), Lara tem que ir e ainda fazer tudo o que a fantasminha manda.

Eu simplesmente amo os livros da Sophie Kinsella, então sou suspeita para falar deles, mas por isso já começo a leitura com as expectativas lá no alto, o que nem sempre é bom, mas este não me decepcionou. É tão divertido, tem todo um clima dos anos vinte e Lara e Sadie fazem uma dupla e tanto. Claro, em um momento ou outro as duas me irritaram com alguma coisa, Sadie, por exemplo, é chata quando decide ser insistente e conseguir que façam o que ela quer e Lara é chata com sua obsessão por Josh. Mas na maior parte das vezes é simplesmente divertido acompanhar essas duas, sempre discutindo por alguma coisa que não concordam, e elas raramente concordam com algo.

A Sophie tem um dom de criar protagonistas especialistas em nos causar vergonha alheia com suas atitudes sem noção e Lara não fica atrás nesse quesito, mas é sempre divertido acompanhar. O foco da história não é a vida amorosa de Lara, e sim muito mais seu relacionamento com Sadie, mas Sadie sendo saidinha como é – até demais para um fantasma – não há como não ter um romance na história. E um romance bem fofo, diga-se de passagem.

Ah, o Ed... Me encantei com esse cara carrancudo com porte de mocinho de filme dos anos 20 e que no fundo é um fofo e são impagáveis as cenas em que ele está morto de vergonha mas ainda assim é “persuadido” por Sadie a fazer algo. Já o Josh, o outro cara do livro, é um bobão e eu não sei o que a Lara viu nele.

Além do relacionamento de Lara e Sadie, a história gira em torno da procura do colar de Sadie, que ela possui desde os seus 21 anos e não conseguirá descansar em paz sem ele. Essa busca desencava muitos outros mistérios e elas descobrem que não são as únicas atrás do colar. E que o colar é muito mais importante do que qualquer um pensava. Sim, além de tudo temos um interessante mistério a ser desvendado.

A única coisa que me chateou um pouquinho foi que quando o mistério maior é descoberto e há um confronto, tudo se resolve muito fácil. Achei que deveria haver uma resistência maior, mas nada que me tenha feito gostar menos da leitura. É um livro delicioso e com certeza está entre os melhores da Sophiee olha que para alguém que gosta dos livros dela como eu, isso é dizer muito.




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9 de agosto de 2011

'True Love and Other Disasters - Rachel Gibson'






True Love and Other Disasters

Rachel Gibson









O canadense Ty Savage chegou recentemente a Seattle para jogar no Chinooks, o famoso time de hockey. Não só jogar, mas substituir o capitão do time, afastado após um terrível acidente. Ty estava acostumado a usar a braçadeira de capitão, já que esta era a posição que ocupava em seu antigo time, time este que não ficou nada feliz com a transferência de Ty para os Chinooks. A quem ele quer enganar, seu antigo time, o Canadá inteiro acha que ele é um traidor, mas essa nunca foi a intenção de Ty. Ele simplesmente não concordava com os rumos que os técnicos adotaram e quis ir para um time que tivesse mais chance de ganhar a Stanley Cup, a maior premiação do hockey e um sonho pessoal de Ty. Ele acreditava que o Chinooks era o time capaz de levá-lo a levantar a taça. Isso até a morte do proprietário do time, Virgil Duffy, e de ele o ter deixado para sua esposa, uma bela mulher que tinha idade para ser sua neta e que costumava ser uma stripper antes de posar para a Playboy e se casar com um milionário. Ty tinha certeza que ela seria a ruína do time.

Faith Duffy
acaba de perder o marido com quem foi casada por 5 anos. Não era segredo pra ninguém que ela se casou com alguém 51 anos mais velho por causa do dinheiro, mas após 5 anos ela realmente o amava. Não um amor homem/mulher, mas Virgil era seu melhor amigo, seu companheiro, e a única pessoa na vida que já cuidou dela. Ela sabe que todos a julgam. Sim, ela trabalhou como stripper, posou para a Playboy e foi Playmate do ano, o que não se arrepende. Ela precisava do dinheiro. Foi assim que ela sobreviveu. Foi assim que ela conheceu Virgil, que cuidou dela, a ensinou a se portar como uma dama e lhe deu a segurança e a estabilidade com a qual ela sempre sonhou, a de não precisar se preocupar em como pagar as contas. Em troca, ele só queria desfilar com ela, inflar seu ego, se exibir para os amigos e causar inveja. Não era pedir muito, e ele sempre a tratou com nada menos que carinho e respeito. Mas agora ela não sabia o que fazer sem seu companheiro, seu melhor amigo. E ele ainda lhe deixou o time de hockey, a coisa que ele mais amava na vida, o que foi uma grande surpresa e despertou a ira do filho dele, que nunca gostou de Faith, mas agora não esconde a profundidade de seu ódio.

Além de não saber o que fazer ela se sentia mais sozinha e abandonada do que nunca. Ela nunca gostou ou entendeu muito de hockey e agora era a dona de um time inteiro e os jogadores, como todos, com certeza acham que ela é uma loira estúpida, mulher de milionário e provavelmente passaram entre eles sua antiga Playboy. Eles realmente parecem não gostar muito dela. Principalmente o capitão do time, apesar de ele a olhar de um jeito diferente que a faz tremer.

Esse é o quarto livro da Série sobre os jogadores de hockey do Chinooks e eu não me canso deles. É divertido acompanhar a trajetória e a evolução do time com o passar dos anos, mas foi um choque saber da morte do Virgil Duffy, o dono do time, e que estava presente em quase todos os livros anteriores, mas justificável já que ele estava com seus 81 anos e este foi o pontapé inicial para esta história. Se Virgil não tivesse morrido e Faith herdado o time, ela nunca precisaria conviver com o seu capitão. Falando neles, gosto desse mote de mocinha e mocinho que não se gostam e são obrigados a conviver e depois do atrito inicial começam a se sentir atraídos um pelo outro. Não é novidade e existem milhares de histórias assim, mas são sempre gostosas de acompanhar. Além disso, Faith não é uma mocinha comum. As mocinhas literárias normalmente não conseguiriam se casar com alguém se não fosse por amor (como a Georgeanne do Simply Irresistible, que abandonou o próprio Virgil no altar por não conseguir se casar por dinheiro). Faith não se arrepende e não tem a menor vergonha de ter trabalhado como stripper ou posado para a Playboy. Mas ela já não é mais essa pessoa. Ela mudou muito depois que se casou com Virgil e mudou mais ainda após a morte dele. Ty também não é um mocinho comum, perturbado por alguma tragédia ou vício. Ele é apenas obstinado. Sua única meta na vida é ganhar a Stanley Cup e provar ao mundo e a si mesmo que é melhor do que seu pai, uma estrela do hockey em seu tempo. É, talvez viver à sombra do pai seja a questão a ser trabalhada por ele. A tensão palpável entre Ty e Faith é o ponto alto da história, mas divertidos personagens secundários também se fazem presentes, como o pai de Ty e a mãe de Faith e sua cachorrinha irritante.

Mais uma história hiper super hot escrita pela Rachel Gibson, com um mocinho carrancudo, rude, lindo e secretamente gentil e atencioso, uma mocinha que se descobre capaz de mais que desfilar nos braços de um marido rico e um time de hockey que, apesar de existir apenas na ficção, eu sou uma grande fã. Go Chinooks!!



The Chinooks Hockey Team Series #1: Simply Irresistible 
John “The Wall” Kowalsky and Georgeanne Howard
The Chinooks Hockey Team Series #2: See Jane Score 
Luc “Lucky” Martineau and Jane Alcott
The Chinooks Hockey Team Series #3: The Trouble With Valentine’s Day 
Rob “The Hammer” Sutter and Kate Hamilton
The Chinooks Hockey Team Series #4: True Love and Other Disasters 
Ty “Saint” Savage and Faith Duffy
The Chinooks Hockey Team Series #5: Nothing But Trouble 
Mark “The Hitman” Bressler and Chelsea Ross
The Chinooks Hockey Team Series #6: Any Man of Mine 
Sam Leclaire and Autumn Haven




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5 de agosto de 2011

'Academia de Vampiros 1: O Beijo das Sombras - Richelle Mead'






Academia de Vampiros 1: O Beijo das Sombras

(Vampire Academy)

Richelle Mead






Rose é uma Dampira. Sua melhor amiga, Lissa, uma Moroi. Moroi são vampiros, mas não do tipo mortos-vivos e assassinos sanguinários. Esses são os Strigoi. Os Moroi são pacíficos, mortais, bebem sangue, mas não matam para isso. Sua mordida, na verdade, desperta prazer em suas vítimas. Os Dampiros são meio vampiros, meio humanos, e possuem algumas habilidades aguçadas de vampiros, mas não são enfraquecidos pela luz do sol, por exemplo. Os Dampiros são treinados para ser guardiões dos Moroi, e protegê-los dos Strigoi. Estes são vampiros cruéis, assassinos, Moroi que voluntariamente desistiram da magia e se corromperam para ganhar imortalidade, ou então humanos, dampiros, ou mesmo Moroi, que foram transformados por outros Strigoi. Voltando à história, Rose é uma Dampira e sua melhor amiga Lissa uma Moroi. Além de melhores amigas, guardiã e protegida, elas têm uma ligação, um forte laço que faz com que Rose sinta todas as emoções de Lissa.

Rose e Lissa estão fugindo. Há dois anos elas vivem misturando-se aos humanos e tentando não ser capturadas pelos guardiões da Academia São Vladimir, onde elas foram criadas. Mas elas são duas adolescentes, Rose ainda não terminou seu treinamento de guardiã e, eventualmente, elas são encontradas. Agora elas estão de volta à Academia, aos treinamentos, à rotina e à luta para esconder alguns grandes segredos, como o laço entre elas, a forma como Lissa se alimentava no tempo em que estavam afastadas ou o motivo pelo qual elas fugiram. Mas ao voltar para a Academia elas acabam descobrindo muitas outras coisas...

E eu finalmente comecei essa série. Várias pessoas me recomendaram, inclusive insistiram para que eu lesse, mas eu sempre acabava enrolando. Agora, depois de terminar esse primeiro livro só tenho a dizer: que livro bom!!! E que bom que já tenho os próximos para ler em seguida, rs. Os termos podem até ser um pouco confusos no começo, mas uma vez que entendemos o que são Dampiros, Moroi e Strigoi a história flui muito bem. Ação, romance, mentiras, magia, loucura, reviravoltas, personagens que parecem bonzinhos mas são vilões, os que parecem vilões mas na verdade são fofos, os que parecem amigos mas não são, os que parecem amigos e são amigos mesmo, um guardião russo tudo de bom e uma protagonista cabeça dura, forte, esperta, impulsiva, violenta, rebelde e um pouco indisciplinada, que não liga para o que os outros pensam ou dizem sobre ela (ou pelo menos quer que todos acreditem nisso), e que põe acima de tudo a segurança de sua melhor amiga. Rose é filha de uma respeitada guardiã e de um Moroi e eu gostei muito de acompanhar o desenvolvimento da história sob o seu ponto de vista. Todos os Dampiros são treinados para ser guardiões e Rose tem essa obrigação impregnada nela desde sempre. Ela sabe que mais importante que sua própria vida é a vida do Moroi por quem ela é responsável e não há nada pior para um guardião que falhar em sua tarefa.

Os Moroi são vivos, e cada um deles se especializa em uma magia ligada a um dos elementos: terra, ar, água, fogo. Porém, essa magia só pode ser usada de forma pacífica. Entre eles existem doze famílias que formam a realeza e Lissa, Princesa Lissa, faz parte de uma dessas famílias. Ela é uma Dragomir, e na verdade é a última de sua linhagem pois perdeu toda sua família em um acidente. Ainda por cima, ela ainda não se especializou em nenhum dos elementos, o que é um grande problema. Tive sentimentos controversos quanto à Lissa durante a leitura. Por vezes ela me irritou por ser tão passiva, sempre esperando a Rose tomar as decisões e quando resolve agir, faz besteira; mas em outros momentos ela parecia tão frágil que até entendi o porquê de Rose querer tanto protegê-la. E é inegável a grande amiga que ela é.

E ainda tem o Guardião Dimitri Belikov. Ele é descrito por alguns dos integrantes da Academia como um deus e logo descobrimos o porquê. Não sei nem como descrevê-lo, acho que é preciso ler para entender, mas eu garanto que ele nos conquista de imediato. Dimitri é um devotado guardião, o solitário mentor de Rose que, com seu sotaque russo e sendo bonito demais para seu próprio bem passa a habitar os sonhos dela *cof cof e das leitoras cof cof*. Mas claro que um relacionamento entre eles seria impossível, primeiro porque há um certo tabu para relacionamentos sérios entre guardiões, e ele é o mentor dela, responsável por ajudá-la em seus treinamentos extras, é bem mais velho e principalmente, ele não pensa nela dessa forma. Ou pensa? ;D

Dentre os demais personagens o meu preferido é o Christian, com seu ar sombrio, perigoso, solitário, observador. Os pais dele se tornaram Strigoi por opção, e foram assassinados por guardiões quando ele ainda era muito pequeno. Na verdade meu único problema com a Rose durante a leitura foi o fato de ela não gostar dele e até destratar o coitado.

Enfim, recomendadíssimo! Confesso que passei por uma fase de rehab de histórias de vampiro, então enrolei bastante para começar a ler essa série (e algumas outras). Mas o livro é tão bom que eu me arrependo de não ter começado antes. É tão bom que ignoramos a confusão feita pela editora que deu ao primeiro livro o título do terceiro. Mas o que me deixa mesmo feliz é que eu não preciso esperar e posso ir imediatamente para o próximo livro!



– Academia de Vampiros 1: O Beijo das Sombras (Vampire Academy)
– Academia de Vampiros 4: Promessa de Sangue (Blood Promise)
– Vampire Academy 5: Spirit Bound (ainda não lançado no Brasil)
– Vampire Academy 6: Last Sacrifice (ainda não lançado no Brasil)

2 de agosto de 2011

Primeiras Linhas #3

Essa é uma coluna em que eu trago as primeiras linhas, as primeiras frases de um livro qualquer.
O meu escolhido dessa vez é o Sussurro, da Becca Fitzpatrick, exclusivamente por causa do Patch!! *-*
Só vamos entender esse começo bem depois, mas mesmo assim já bate uma curiosidade.
Ah, também tem resenha dele aqui no blog.


"Chauncey estava com a filha de um lavrador na relva às margens do rio Loire quando a tempestade se aproximou. Por ter deixado sua montaria perambular pela campina, ele não tinha opção a não ser voltar para o castelo com os próprios pés. Arrancou uma fivela de prata do sapato, colocou-a na palma da mão da moça e observou enquanto ela se afastava correndo, a barra das saias imunda de barro. Em seguida, calçou as botas e partiu para casa.
A chuva desabava pelos campos cada vez mais escuros nos arredores do Château de Langeais. Chauncey caminhava com segurança sobre os túmulos afundados e as folhas podres do cemitério. Mesmo na neblina mais espessa ele conseguia encontrar o caminho de volta, e não tinha medo de se perder. Não havia neblina naquela noite, mas a escuridão e a crueldade da chuva já criavam dificuldade suficientes.
Chauncey captou um movimento com o canto do olho e voltou bruscamente a cabeça para a esquerda. O que à primeira vista parecera ser uma enorme estátua coroando uma sepultura próxima ergueu-se majestosamente. Não era feita nem de pedra, nem de mármore. O garoto tinha braços e pernas. O peito estava despido, os pés, descalços, e calças de camponês pendiam abaixo da cintura. Ele desceu da lápide com as pontas dos cabelos negros encharcados pela chuva pingando. As gotas desciam por seu rosto, que era tão moreno quanto o de um espanhol."



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