Meus Discos e Livros e Tudo o Mais!: outubro 2010

27 de outubro de 2010

'O Menino do Pijama Listrado - John Boyne'







O Menino do Pijama Listrado
(The Boy in the Striped Pyjamas)
John Boyne






Bruno é um garoto de 9 anos que vive em uma espaçosa casa em Berlim com seus pais e sua irmã. Como toda criança, tem uma visão limitada do que acontece à sua volta, não sabendo sequer qual o trabalho do seu pai, só que é algo muito importante e que envolve incríveis uniformes. Não sabe que seu país está em guerra, apenas que terá que deixar sua casa e seus melhores amigos da vida toda para morar em um lugar isolado, onde não tinham outros meninos com quem ele poderia brincar.

De sua antiga janela, se ficasse na ponta dos pés podia ver a cidade de Berlim, já de seu novo quarto, a visão que tinha era de uma enorme cerca e, atrás dela, centenas de pessoas, e todas elas usavam o mesmo pijama listrado. Decidido a explorar os arredores, Bruno chega bem perto da cerca e vê um menino, que também usava aquele mesmo pijama listrado, que tinha a mesma idade que ele e quem ele passou a considerar um grande amigo.

"Claro que isso aconteceu há muito tempo e nada parecido poderia acontecer de novo. Não na nossa época."

Com uma narrativa diferente e interessante, o livro trata de um dos períodos mais tristes da história mundial: o Nazismo e o Holocausto. Mas, diferente da maioria dos inúmeros livros que tratam desse tema, o faz pelo ponto de vista de um ingênuo menino.

Um menino que sequer sabia como pronunciar 'Führer' e 'Auschwitz', quanto mais era capaz de entender o que acontecia a sua volta, o que acontecia com o seu amigo (o do pijama listrado), ou o que acontecia com ele próprio.

Um menino de olhos inocentes, que não percebem a maldade que o rodeia, que não tem idéia do quanto o ser humano pode ser vil e cruel, o quanto pode degradar outros seres humanos iguais a ele somente por se sentirem superiores, apesar de ninguém o ser.

Um livro excelente, mas triste, muito mais por, apesar de ser ficção, ter como cenário um fato real e que jamais, JAMAIS deveria ocorrer novamente.


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21 de outubro de 2010

'O Vendedor de Armas - Hugh Laurie'






O Vendedor de Armas
(The Gun Seller)
Hugh Laurie






Thomas Lang é um ex-membro da tropa de elite do exército britânico, nos seus 36 anos, solitário, sem grana e sem muitas perspectivas de vida. Um desconhecido lhe oferece um bom dinheiro por um trabalho peculiar. Peculiar pois não é algo que ele faça. Matar alguém. Um empresário americano que vive em Londres. Não, Lang não aceita. Ao invés disso, ele resolve alertar o alvo de que o querem morto. Mas, na tentativa de fazê-lo, ele acaba atacado por – e atacando – um desconhecido e conhece a filha do alvo, por quem ele fica um tanto quanto obcecado. E isso é só o começo.

A partir de então Lang se envolve em um complicado jogo de interesses, conspirações e antes que perceba, é acusado de atentar contra a vida que ele na verdade tentou proteger, pois todos acreditam que ele aceitou o trabalho, afinal, uma grande quantia de dinheiro surge em sua conta. Ele tem seu apartamento revirado, descobre que as pessoas definitivamente não são o que parecem, e que aqueles que parecem controlar o mundo, tem um projeto secreto que geraria muito dinheiro, mas também custaria muitas vidas.

Ele então pega um avião para o Canadá, onde se casou com uma moça chamada Mary-Beth e começou um negócio com cerâmicas que fez muito sucesso. Quer dizer, ele decide que era o que ele deveria ter feito. Ao invés disso, ele se vê entre atentados, espionagem, tiros, um acidente de carro, uma estação de esqui na Suíça, grupos terroristas, galerias de arte, loiras em carros conversíveis e improváveis amizades. Se vê diante de tantas ‘verdades’ diversas que Lang chega a duvidar quem é, e no que e quem acreditar.

A história é interessante, bem contata, e por mais séria que seja possui um humor sarcástico cativante. A princípio achei que em alguns momentos o ritmo da narrativa ficava meio lento, mas por outro lado, cada detalhe contado é importante. Uma simples palavra dita em uma ligação telefônica aleatória pode fazer toda a diferença. Por isso, no final das contas, o ritmo não tira o prazer de acompanhar essa história recheada de reviravoltas das mais surpreendentes. Assim como Lang, queremos descobrir quem está envolvido, o que cada um pretende e como resolver tudo, ou impedir tudo, dependendo do ponto de vista.

Thomas Lang é um capítulo à parte. É desses personagens politicamente incorretos, que faz tanta coisa errada que acaba fazendo o certo, que se baseia na ironia, no sarcasmo e acompanhar a mente desse cara, suas contradições, seus sentimentos confusos, é uma das melhores coisas do livro. Ele definitivamente merecia ter mais de suas histórias contadas.

Concluindo, não é que o Hugh Laurie não é apenas um ator maravilhoso (House que o diga), mas também um escritor talentoso? Uma curiosidade: Hugh pretende lançar uma sequência, que seria intitulada “The Paper Soldier”, mas é um projeto que ele acabou adiando, adiando, e por enquanto tem futuro indefinido. O que é uma pena.



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14 de outubro de 2010

Dedicatórias de Livros


Sei que muita gente nem as lê, mas eu adoro as dedicatórias de livros.

Mas não gosto dos simples 'para Fulano e Sicrano'. Não. Gosto quando os autores usam esse espaço para fazer uma declaração, uma gracinha, uma piada interna, textos engraçadinhos, cutes, enfim...


Algumas das minhas preferidas:



"Para Heather, Christian e Michael.
Nossa infância foi pura imaginação.
E para Justin. Obrigada por não ter escolhido a aula de culinária japonesa – Amo você."

(Becca Fitzpatrick — Sussurro)


"Para minha irmã mais velha, Emily, sem cujo entusiasmo esta história ainda estaria inacabada."
(Stephenie Meyer — Crepúsculo)



"Este livro é dedicado aos amigos Rubem Fonseca, Fernando Morais e Hilton Marques, que tiveram a paciência e o carinho de ler antes.
E à Flávia, que leu antes ainda, por cima do meu ombro"
(Jô Soares — O Xangô de Baker Street)



"For Jessica, Carrie and Jamie, who have eaten a lot of frozen pizza so mom could write / Para Jessica, Carrie e Jamie, que comeram muita pizza congelada para que a mamãe pudesse escrever" *
(Rachel Gibson — Simply Irresistible)




"To my father, Eddie Charles, — the only man I know
who can keep tabs on games on two television sets, monitor
a third on the radio, and do a crossword puzzle, all at the
same time — who gifted me with his passion for all sports.
I love you, Dad. / Para o meu pai, Eddie
Charles, — o único homem que eu conheço que consegue prestar atenção nos jogos em dois televisores, acompanhar um terceiro no rádio, e fazer palavra cruzada, tudo ao mesmo tempo — quem me presenteou com sua paixão por todos os esportes.
Eu te amo, Papai." *
(Kasey Michaels — Be My Baby Tonight)



"Para Tabby, que nisto me enrolou e depois me
safou."
(Stephen King — Carrie)



"Para H, de quem não guardo segredos.
Bem, pelo menos não muitos."
(Sophie Kinsella — O Segredo de Emma Corrigan)



"A Maddy – por sempre me mostrar o caminho, e além disso me deixar acompanhá-la."
(Gemma Townley — Quando em Roma...) **


"Para Elissa Harris,
que sempre sabe o que eu quero dizer e me deixa chamá-la de mamãe."
(Sarah Mlynowski — Temporada de Caça: Aberta)



"Para Patrick John Riordan,
o melhor contador de histórias da família"
(Rick Riordan — Percy Jackson e Os Olimpianos 2: O
Mar de Monstros)



* Traduções Livres
** Gemma Townley é irmã da também escritora Sophie Kinsella, que na verdade é um pseudônimo, sendo seu nome verdadeiro Madeleine Wickham, ou simplesmente, Maddy.


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8 de outubro de 2010

'Estrela Píer - Kamila Denlescki'







Estrela Píer

Kamila Denlescki







Lucia Píer Eli era uma simples e desastrada bibliotecária em São Paulo, cidade onde morava com a avó e a irmã adotiva. Seus pais haviam partido quando ela ainda era criança, mas ela sempre teve a forte presença de Marisa, sua avó, por perto. A vida de Lucia era bem monótona. O que ela tinha de melhor era a possibilidade de trabalhar rodeada pelos livros que ela adorava. Em um desastroso encontro com Carlos e seu hálito de bife acebolado, ele a leva ao cinema e, apesar das péssimas recordações que o cinema lhe trás, Lucia se viu encantada pelo filme e principalmente pelo ator principal, Richard Clevehouse. Alguma coisa nele mexia com ela.

Inscrita sem saber, Lucia ganha uma promoção cujo prêmio era nada menos que uma viagem à Londres e um jantar com Richard Clevehouse!! E lá vai ela para a Inglaterra. Ao chegar em Londres, tudo parece um sonho, o Big Ben, a London Eye, o maravilhoso hotel, a equipe de pessoas a ajudando a se arrumar para o grande encontro... Mas ela está certa de que todo esse sonho vai acabar e ela vai voltar à sua rotina tranqüila (chata? oi?), sozinha na biblioteca onde trabalha. Ela não podia estar mais enganada. Lucia entra no restaurante e vê Richard pela primeira vez e fica trêmula com aquele homem alto, de sorriso sedutor, hálito de hortelã e cabelo bagunçado. E o principal, um gentleman. A partir daí nada é como Lucia imaginava. Ela não imaginava o perigo que a esperava, o grande segredo que estava prestes a descobrir, as perseguições, as dúvidas...

E Lucia não demora muito para perceber que Londres seria pacata demais sem Richard Clevehouse.

Esse livro é tão bom!! Eu gostei demais!! Sério, é melhor do que eu esperava. Tem romance, tem ação, tem mistério, tem... É surpreendente. Já tinha lido algumas resenhas, me interessei pelo enredo, mas em nenhum lugar contaram ou sequer deram uma pista sobre o que realmente é a história. Juro que não esperava. Tinha milhares de teorias, mas nenhuma delas chegou nem perto. Não me entendam mal, eu adorei isso. Num mundo cheio de spoilers eu consegui me surpreender totalmente com o desenvolvimento de um livro. Os acontecimentos são completamente inesperados. E claro, não vou ser eu que vou contar o que é. Sinto muito, mas vocês terão que ler. Alguns pontos ficaram em aberto, mas como eu soube que terá uma continuação, isso não me preocupou. Na verdade, me deixou mais ansiosa.

Super me identifiquei com a Lucia, não pela paixão por um ator inglês nem nada disso (apesar de eu ter uma queda pelo sotaque britânico), mas porque ela tem a mesma mania que eu de pular para o final do livro antes de terminar. Mas o motivo dela é mais digno. O meu é porque sou curiosa mesmo.

Esse é o primeiro livro da paulista Kamila Denlescki, e fiquei encantada com a narrativa dela e como os fatos são desvendados aos poucos, mas não sentimos que a autora está nos enrolando. Na verdade estou cada vez mais feliz com os livros nacionais que venho lendo.

Alguns fatos engraçados:

Fun fact #1: Além da dedicatória muito fofa que a autora fez pra mim, a data dessa dedicatória foi exatamente o dia do meu aniversário, o que eu adorei, claro!!
Fun fact #2: Apesar de ter visto a capa desse livro diversas vezes, sempre achei que era apenas um coração estilizado. Só depois de começar a leitura é que percebi que dentro do coração está a silhueta de um casal. É, sou lerda assim... rss

Dica final: fiquem longe das ampulhetas!!



Mais informações sobre o livro, curiosidades como fotos dos locais que inspiraram algumas passagens do livro no http://estrelapier.blogspot.com/

Vou deixar o book trailer e digo que o vídeo fica mais legal depois de ler o livro!




- Um agradecimento especial à autora por ceder esse livro para análise.


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4 de outubro de 2010

*Série 'Irmãos Chandler' - Carly Phillips*



Série Irmãos Chandler
(Chandler Brothers Series)
Carly Phillips



Descobri a americana Carly Phillips pelo livro ‘O Solteirão’ (The Bachelor) lançado pelo selo Essência da editora Planeta. Foi então que eu conheci os irmãos Chandler, e foi impossível não me deixar envolver por eles. Juro que não sei qual meu preferido, se o Roman, o Rick ou o Chase. Realmente não consigo escolher, não me pressionem, eu quero os três! rs. Primeiro me encantei pelo Roman, o caçula e protagonista de ‘O Solteirão’. Depois conheci o Rick, o irmão do meio, cuja história em que ele é protagonista foi finalmente traduzida e lançada por aqui agora em 2010, ‘O Bom Partido’ (The Playboy). Por fim, sem conseguir me conter e esperar até que ele chegasse no Brasil, me deixei envolver pelo Chase, o irmão mais velho, protagonista de ‘The Heartbreaker’.

Em O Solteirão, a premissa da série se estabelece – Raina Chandler só queria uma coisa da vida: que seus três filhos, Chase, Rick e Roman encontrassem boas mulheres, se casassem e lhe dessem netos. Mas nada disso está nos planos dos irmãos que, lindos, bem sucedidos, charmosos e extremamente cobiçados, não pensam em se comprometer com ninguém. Até que Raina suspeita que está tendo um infarto e vai parar no hospital. Na verdade o que ela teve foi uma simples indigestão, mas seus filhos não sabem disso, o que lhe dá uma ideia: fazendo-se de gravemente doente, como um ‘último pedido’, pede aos filhos exatamente que se casem e lhe dêem netos! Os filhos, muito devotados à mãe e assustados com sua doença, decidem que um deles realizará o desejo dela. Qual deles o fará é decidido no cara ou coroa, e sobra para o caçula, o correspondente internacional Roman, a tarefa. Coincidentemente, nessa volta à cidade para visitar sua mãe ele reencontra Charlotte, um grande amor do passado, mas será que ela está interessada no tipo de relacionamento que ele está disposto a oferecer?

Em O Bom Partido, é a vez do policial Rick, que está constantemente fugindo das mulheres que sua mãe tenta lhe empurrar, tanto que ao ver uma mulher vestida de noiva parada na estrada com um carro quebrado, claro que ele pensa que isso faz parte da campanha de sua mãe para casá-lo. Só que apesar da aparência, a última coisa que Kendall quer é se casar. Os dois, cada um em busca de um interesse, como uma troca de favores, iniciam um relacionamento fictício. Mas, o que acontece quando um deles percebe que quer que a farsa se torne realidade?

Terminando a trilogia, em The Heartbreaker, temos a história do jornalista Chase, o mais velho, que depois da morte do pai sacrificou todos os seus sonhos ao assumir o jornal da família e a responsabilidade por sua mãe e irmãos. Decidido a buscar ao menos um de seus sonhos, ele vai à Capital em busca de uma grande notícia. Lá conhece Sloane, e se vê envolvido em um grande escândalo político, e com uma mulher que mexe com sua cabeça mais do que deveria.

Agora espero o lançamento brasileiro do último livro da série, apesar de já o ter lido, porque não basta ler em inglês, tem que reler em português e ter o livro com as bonitinhas capas brasileiras (aliás, beeeeem melhores que as originais).

Mas ó, sem desmerecer os charmosos irmãos, um dos melhores personagens da série é a mãe deles, Dona Raina Chandler, que monta toda a confusão ao se fingir de doente...


— Chandler Brothers, #1: The Bachelor (O Solteirão) – Roman Chandler e Charlotte Bronson
— Chandler Brothers, #2: The Playboy (O Bom Partido) – Rick Chandler e Kendall Sutton
— Chandler Brothers, #3: The Heartbreaker (sem tradução no Brasil) – Chase Chandler e Sloane Carlisle



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3 de outubro de 2010

Músicas que não me saem da cabeça: 'Kings of Leon - Use Somebody'

Simplesmente porque é boa demais!!!



I've been roaming around
Always looking down at all I see
Painted faces, fill the places I can't reach

You know that I could use somebody (2x)

Someone like you, and all you know, and how you speak
Countless lovers under cover of the street

You know that I could use somebody (2x)
Someone like you

Off in the night, while you live it up, I'm off to sleep
Waging wars to shake the poet and the beat
I hope it's gonna make you notice (2x)

Someone like me (2x)
Someone like me, somebody

I'm ready now (7x)

Someone like you, somebody (3x)

I've been roaming around,
Always looking down at all I see




***